Efeito sanfona: por que ocorre e como evitar?

efeito sanfona

Conhecido por muitos e temido por todos, o efeito sanfona é um fenômeno comum que afeta muitas pessoas no processo de perda peso. Ele acontece quando se emagrece, mas logo em seguida recupera o peso perdido, muitas vezes até ultrapassando o peso inicial; e esse estica e encolhe de peso, geralmente é desanimador podendo até ser prejudicial à saúde, tanto física quanto mental.

O que é o efeito sanfona?

O efeito sanfona é caracterizado por ciclos de perda e reganho de peso que podem ser repetidos involuntariamente no processo de emagrecimento, e isso geralmente acontece quando a dieta praticada é muito restritiva, ou seja, priva o organismo dos nutrientes, levando a uma rápida perda de peso, sem a devida adaptação. Dietas da moda, que prometem resultados rápidos, geralmente levam ao efeito sanfona. Esse tipo de dieta, pela intensidade da restrição alimentar até é efetiva, mas acaba não sendo sustentável a longo prazo, por gerar uma necessidade de reposição do que foi retirado, ou privado, ao organismo.

Por que o efeito sanfona acontece? 

Não há até hoje, uma explicação ou mecanismo cientificamente comprovado que explique por completo sobre o porquê ou como isso acontece, mas algumas teorias são possivelmente explicativas desse fenômeno.

Restrição Excessiva:

O nosso corpo funciona muito parecido a um motor de fórmula 1.  Sem combustível ele não funciona. E o que não é usado, fica no tanque (gordura). Assim, quando passamos por uma dieta, o ideal é que façamos um abastecimento de forma controlada, restringindo sim o excesso de calorias, não excedendo o tanque, mas de forma a que o corpo entenda como uma nova rotina, ou um novo comportamento, assim ele se adequa e passa a gastar o combustível que chega sem armazenar,como nas corridas onde o que é colocado no tanque é gasto, não sobrando reserva. Mas se a falta de combustível for grande, o nosso corpo entende que estamos num período de escassez e passa a produzir mais fome para que possamos comer e estocar tudo o possível.

Redução Relativa do Metabolismo:

Nesse processo de restrição calórica, o corpo consome suas próprias proteínas primeiramente, diminuindo a massa muscular que é a principal fonte de gasto energético do corpo, podendo levar a algo que podemos entender com uma redução do metabolismo, reduzindo o gasto metabólico basal que está diretamente relacionado à massa muscular, lembre que o músculo queima gordura mesmo em repouso. Nessa situação o corpo  “pode entender” que precisa economizar energia, dificultando ainda mais a perda de peso e sua manutenção.

Regulação Genética:

Confirmando essa ideia, estudos recentes, vem mostrando, que as células gordurosas parecem ter uma memória genética do estado obeso, o que justificaria seu comportamento de acumulo de gordura mesmo depois da perda.

Alterações Hormonais:

Nesse processo de privação, o corpo precisa sinalizar seus órgãos e células do que está acontecendo, e isso é feito com sinais químicos, os conhecidos hormônios, que servem como um sinal de alarme, espalhado pela corrente sanguínea, levando uma informação que serve para preservar a vida e que consiste do aumento da grelina (hormônio da fome) e diminuição da sensibilidade à leptina (hormônio da saciedade), reduzindo a saciedade e aumentando o apetite.

Fatores Emocionais:

E finalmente, a privação alimentar, pode, por mecanismo não bem entendidos, levar a uma vontade intensa de se alimentar, principalmente de alimentos que sejam saborosos, e é aí que entra o problema da  nossa alimentação atual, rica em alimentos processados, que são calóricos e altamente saborosos, com real intenção de nos “viciar” na sua ingestão.

Como evitar o efeito sanfona? 

Mas depois de tanta informação alarmante, a boa notícia é que tudo isso pode ser evitado, ou pelo menos minimizado. E por mais estranho que pareça, a  solução é simples, embora difícil de ser seguida, mas totalmente possível, em especial se estiver em acompanhamento neste processo. E para isso é importante: ter uma Alimentação Balanceada,  em vez de dietas restritivas, optando por uma alimentação variada e rica em nutrientes, com déficit calórico de pequena intensidade, de forma a “enganar” o organismo da privação que está sendo feita. Não esquecer de manter e até aumentar Exercícios Físicos Regulares, de forma a forçar o organismo a produzir mais músculos e assim retomar ou aumentar o gasto energético basal, ou vulgarmente, aumentar o metabolismo.

Tudo isso pode ser entendido como uma mudança de hábitos. Pense assim. Ao invés de forçar uma perda brutal de energia e nutrientes ao seu “motor”, você vai treiná-lo a ser mais eficiente com a quantidade adequada de nutrientes, por uma redução gradual e lenta da quantidade de calorias, associada ao aumento do treino. O corpo passa a entender essa mudança como um treino de força na academia que gradativamente vai aumentando a carga e as adaptações vão lentamente ocorrendo.

A intensidade da restrição pode ser necessária em algumas situações, mas a constância sempre irá “ganhar” da intensidade, tanto quando falamos de perda peso, quando falamos de aumento de massa muscular.

E sim, O apoio profissional, existe exatamente para que você possa fazer essas adaptações da melhor forma possível e sem prejuízos à sua saúde. Busque a ajuda de um médico nutrólogo para criar um plano personalizado, focado no funcionamento do seu corpo que é único e que atenda às suas necessidades e objetivos.